Origem e História
O movimento cooperativista surgiu na Europa Ocidental, no início do Século 19, durante a Revolução Industrial, como a resposta de um grupo de trabalhadores — a maioria tecelões — ao aumento do desemprego e aos baixos salários pagos pelas empresas europeias. No período, a busca pelo lucro superava os direitos dos trabalhadores.
A situação fez com que, em 1844, na cidade de Rochdale-Manchester, Inglaterra, um grupo de 28 trabalhadores, sem conseguir comprar o básico para sobreviver nos mercadinhos da região, se unissem para montar seu próprio armazém. A proposta era comprar alimentos em grande quantidade, para conseguir preços melhores. Tudo o que fosse adquirido seria dividido igualitariamente entre o grupo. Nascia, então, a “Sociedade dos Probos de Rochdale”.
A ideia dos 28 pioneiros prosperou e, quatro anos após sua criação, a cooperativa já contava com 140 membros. Doze anos depois, em 1856, chegou a 3.450 sócios com um capital social que pulou de 28 libras para 152 mil libras. Desde então, o cooperativismo se consolidou em todo o mundo e é hoje parte fundamental da economia global.
Cooperativismo no Mundo
O cooperativismo é uma das maiores forças da economia global. Presente em mais de 100 países, o setor emprega 280 milhões de pessoas (quase 10% do total dos postos de trabalho do planeta), e é responsável por parte significativa do Produto Interno Bruto (PIB) de diversas nações. Se somados o faturamento das 300 maiores cooperativas do mundo, por exemplo, chegamos à cifra de US$ 2 trilhões – valor superior à economia de países como a Itália, por exemplo, e que corresponde a 2,5% do PIB mundial.
Cooperativismo no Brasil
No Brasil, a cultura da cooperação é observada desde a época da colonização portuguesa, estimulada por funcionários públicos, militares, profissionais liberais, operários e imigrantes europeus. Oficialmente, o movimento teve início em 1889, em Minas Gerais, com a fundação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto — cujo foco era o consumo de produtos agrícolas. Depois dela, surgiram outras cooperativas em Minas e também nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Em 1902, o padre suíço Theodor Amstad fundou a primeira cooperativa de crédito do Brasil, em Nova Petrópolis (RS). A cooperativa foi a solução encontrada para melhorar as vidas dos moradores do município, que até então não contava com nenhum banco.
Segundo os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro do Sistema OCB de 2022, o total de pessoas associadas às sociedades cooperativas chegou a 18,8 milhões. O número é 10% superior ao de 2020, quando foram registrados mais de 17 milhões de cooperados no país. O número total de cooperativas subiu para 4.880, totalizando 8% da população brasileira.
Sistema Nacional de Crédito Cooperativo
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, ou SNCC, é composto pelas cooperativas de crédito, que prestam serviços financeiros exclusivos aos seus cooperados — que, nesses casos, agem como donos e como usuários, ao mesmo tempo.
Instituído pela Lei Complementar nº 130/2009, atualizada pela Lei Complementar nº 161/2018 e pela Lei Complementar Lei Complementar 196, de 2022, com o objetivo de regulamentar e aumentar a segurança do cooperativismo de crédito ao garantir tratamento diferenciado e adequado aos envolvidos.
O SNCC vai além de uma forma de estruturação do Cooperativismo de Crédito, é o principal mecanismo definido pelos órgãos Reguladores para organização e regulamentação do sistema como um todo, conferindo uniformidade de regras e procedimentos e voltado para o atendimento dos interesses dos associados e das comunidades em que se insere.